Os serviços de escritório compartilhado, mundialmente conhecidos como Coworkings, ultrapassaram os muros das grandes cidades e chegaram nas cidades pequenas, do interior. Essa é uma realidade há muitos anos já experimentada e com diferentes desafios que trazem à tona as peculiaridades de um negócio diferente inserido em um ambiente tradicional. Vale lembrar que o trabalho compartilhado, dentro de uma economia colaborativa, não é novidade, mas ainda é pouco entendido.
As bases para o entendimento começam ainda na intenção de se oferecer esse serviço, que vão desde a escolha correta da atividade econômica principal, a elaboração dos contratos necessários, as ações de marketing, até as trocas de ideias e experiências com outros espaços semelhantes. Aliás, a troca é imprescindível, porque a ideia de colaboração está justamente aí. Os pequenos negócios se fortalecem dessa forma, e juntos, conseguem se manter em um mercado liderado por grandes players.
Aqui já estão alguns dos desafios encontrados em cidades do interior, principalmente daquelas longe das capitais. O primeiro é encontrar um escritório de contabilidade que busque entender e procure o melhor formato para o negócio. E ainda, contar com o mesmo entendimento do poder público. Depois, encontrar advogados que entendam desse modelo de prestação de serviços (que não é aluguel) para a elaboração dos contratos, que precisarão de revisões constantes, mas se bem construídos, só se alteram em alguns detalhes.
O grande desafio que é oferecer um modelo de serviço que as pessoas desconhecem, que não entendem e que desconfiam. Sim, no interior, modelos tradicionais de negócios são valorizados. É muito mais sobre possuir um local seu para ser visto, do que a ideia de que, compartilhar espaços de trabalhos
Por último, a própria colaboração entre os semelhantes não é fácil. Se pensa que deveria ser algo natural, formando uma rede de sustentação e apoio, mas de fato, não é. Não adianta fazer mais do mesmo nesse negócio, pensando na lógica da competição. Os espaços têm que oferecer formas diferentes de trabalho, que vão desde a concepção do espaço físico até os serviços oferecidos. Primeiro, olhe para o negócio do outro, sem especulação. Assim, facilita a formação de uma rede na busca do entendimento, do apoio, gerando engajamento, desenvolvendo os negócios de forma correta e acima de tudo, colaborativa.
Pode parecer simples, mas acreditem, não é. Os modelos das grandes cidades até podem funcionar nas cidades do interior, mas levam um tempo, às vezes grande demais para acontecer. O negócio deve ser compreendido com todas as nuances do ambiente que está inserido. Na maioria das vezes, as pessoas não sabem que precisam do que você está oferecendo, mostre essa necessidade para elas. Certamente, com paciência e compromisso com a entrega de um serviço de qualidade, o seu Coworking vai formando uma comunidade fiel e participativa. Assim, nos mantemos há 3 anos